Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, divulga sistematicamente no Observatório do Café dados e análises do agronegócio café em nível mundial

Qua, 19 de Agosto de 2015 17:40
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As mais recentes análises da Organização Internacional do Café – OIC e do Bureau de Inteligência Competitiva do Café, da Ufla, e ainda o Valor Bruto da Produção - VPB do café, do Mapa, podem ser conferidos no Observatório do Café

Organização Internacional do Café – OIC - Segundo o Relatório sobre o mercado de café da OIC (edição de julho de 2015), a cotação do café registrou baixas em decorrência da depreciação do real brasileiro em relação ao dólar norte-americano. Contudo, as preocupações com a produção do Brasil diminuíram muito, mas notícias recentes reiteram que a safra ainda pode estar sofrendo com os efeitos da seca do ano passado, o que pode resultar em grãos menores, reduzindo o total da produção.

Dados da OIC indicam que as exportações mundiais totalizaram 9,7 milhões de sacas em junho, 3,3% menos que no ano passado, mas ainda o segundo maior volume exportado neste mês que se tem registro. Os embarques dos robustas e dos naturais brasileiros diminuíram, respectivamente, 6,1% e 17,2%. Com isso, o total exportado nos três primeiros trimestres do ano cafeeiro subiu para 82,1 milhões de sacas, 4,3% menos que no mesmo período do ano passado.

No documento, a Organização compara o desempenho das exportações dos quatro maiores produtores de café do mundo (Brasil, Vietnã, Colômbia e Indonésia) no período de outubro a junho nos últimos seis anos. Segundo a entidade, embora a produção brasileira tenha caído em 2014/15, o acúmulo de estoques internos nos dois anos-safra anteriores permitiu que as exportações se mantivessem firmes; a tendência mais significativa é o aumento constante das exportações do Brasil, o que vem ocorrendo desde 2011/12.

Em resumo, o relatório da OIC afirma que o mercado cafeeiro não parece ter preocupações imediatas com a oferta de café, mas é preciso reiterar que, na maioria dos países produtores, os níveis dos estoques estão caindo, e que, embora nos países importadores ainda se conte com a proteção de volumes moderados de estoques nos armazéns, esses estoques podem ser insuficientes para cobrir qualquer choque significativo que haja na produção. Se a produção não corresponder às expectativas, o mercado pode ficar suscetível a altas rápidas de preços, como ocorreu em março de 2014 e princípio de 2011.

Sobre a OIC – É o principal organismo intergovernamental a serviço do café, do qual o Brasil é membro, congregando países exportadores e importadores para, mediante cooperação internacional, enfrentar os desafios com que o café se depara no mundo. Seus membros representam 97% da produção de café e mais 80% do consumo mundial. Administra o Acordo Internacional do Café – AIC, importante instrumento para a cooperação de questões cafeeiras dos países envolvidos. Sua missão é fortalecer o setor cafeeiro global e promover sua expansão sustentável em um ambiente de mercado, fornecendo melhores condições a todos os participantes do setor.

Bureau de Inteligência do Café - Mais informações e análises recentes disponibilizadas no Observatório do Café são as do Relatório Internacional de Tendências do Café (Vol.4, nº 4&5, de agosto de 2015). O documento reúne, analisa e divulga dados e informações que podem subsidiar o planejamento e a tomada de decisão pelos agentes do setor produtivo do café e apresenta, em nível mundial, destaques do agronegócio café e tendências do setor, com foco na produção, indústria e cafeterias, entre outros temas relevantes. O relatório é produzido na Universidade Federal de Lavras – Ufla, uma das dez instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café.

Nesse contexto, o Relatório Internacional de Tendências Competitiva do Café faz parte do Plano de ação do projeto "Criação e Difusão de Inteligência Competitiva para Cafeicultura Brasileira" do Consórcio. O projeto é financiado pelo Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, do Mapa, e tem o objetivo de monitorar, analisar e difundir informações e indicadores relevantes para a competitividade da cafeicultura brasileira, bem como propor soluções estratégicas para os problemas enfrentados pelo setor.

Destaques da edição do Relatório - No quesito produção, o relatório do Bureau aponta que os investimentos da indústria do café em apoio aos cafeicultores constituem fenômeno que merece ser acompanhado. Indústrias e cafeterias, grandes e pequenas, estão constantemente elaborando projetos para regiões pobres que produzem café. As ações estão sendo realizadas na América, África e Ásia com diferentes abordagens, como exemplo distribuição de mudas e sementes de variedades adaptadas a diferentes regiões produtoras.

Segundo ainda o Bureau, na Ásia, especialmente na China, as oportunidades de crescimento da cafeicultura são maiores que na África. Existe grande expectativa de aumento de consumo de café na China, algo que já está ocorrendo, mas cujos números ainda são modestos. A maior parte da produção (70%) é exportada, sendo Alemanha e Japão os principais destinos. O mercado interno da China é abastecido com importações. O relatório também aponta que, segundo analistas vietnamitas, os chineses estão empenhados em desenvolver uma marca reconhecida mundialmente. Se as projeções para 2020 se concretizarem nesse país (167 mil ha com produção total de 4,1 milhões de sacas), a produtividade deverá ser de 24,5 sacas/ha, o que é muito próximo da atual produtividade brasileira.

Em relação ao Brasil, no que diz respeito à indústria, o documento avalia que o consumo de cápsulas representa ainda uma pequena parcela do mercado, mas é um segmento de alto crescimento (cerca de 50% ao ano, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café - Abic). O interesse em ampliá-lo se deve à grande agregação de valor e à alta rentabilidade. Além disso, os canais de venda do produto aumentaram, sendo possível adquirir cápsulas pela internet e diversos supermercados, inclusive nas cidades do interior do país.

A respeito das cafeterias, o relatório do Bureau observa o constante aumento no consumo de café por grande parte dos países no mundo. O maior aumento percentual no consumo por nações emergentes deve-se à demanda tardia e à crescente procura por café de melhor qualidade e público que busca não apenas consumir a bebida, mas também conhecer novas opções e aprender sobre elas. Outros assuntos relevantes também são analisados pelo Bureau.

Valor Bruto da Produção (VBP) do Mapa - Demonstra a evolução do desempenho apurado do faturamento bruto do café no período de 2005 a 2015, com base nos dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada - Cepea/Esalq/Usp e da Fundação Getúlio Vargas – FGV e elaborado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Mapa. Para 2015, com base nos preços médios de janeiro a julho, dessas mesmas fontes, o VBP estimado será de R$ 18,26 bilhões, sendo R$ 15,60 bilhões referentes à região Sudeste, maior produtora do Brasil.

Observatório do Café – Desenvolvido pela Embrapa Café, no contexto do Agropensa da Embrapa, tem como objetivos principais coletar, analisar e disseminar, de forma sistemática, dados estatísticos, informações sobre tendências de produção e consumo, oportunidades e ameaças dos mercados e possíveis trajetórias do processo de inovação, além de resultados de pesquisas realizadas pelo Consórcio Pesquisa Café e suas implicações para a competitividade do agronegócio cafeeiro e ainda subsidiar políticas públicas e a tomada de decisão pelos diversos protagonistas do setor.

Observatório do Café disponibiliza, além do Relatório sobre o mercado de café, da OIC; do Relatório Internacional de Tendências do Café, do Bureau de Inteligência Competitiva do Café e do Valor Bruto da Produção – VBP, do Mapa, publicações das entidades integrantes e parceiras do Consórcio Pesquisa Café contendo dados, análises e informações sobre: Revista Coffee Science, Conjuntura Mundial da CafeiculturaSafras e EstoquesConsumos e TendênciasEstatísticas, Cotações e AnálisesClipping mensal de notícias veiculadas na mídiaImagensVídeos e ÁudiosRede Social do Café; Publicações Técnicas e Relatórios de Atividades; e Sistema Brasileiro de Informação do Café – SBICafé.

Para mais informações sobre a OIC, o Bureau, o Mapa, o Consórcio e a Embrapa Café acesse:

http://www.ico.org/

http://www.icafebr.com.br/

http://www.agricultura.gov.br/

http://www.consorciopesquisacafe.com.br/

https://www.embrapa.br/cafe

 

Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café:

Texto: Flávia Bessa – MTb 4469/DF e Lucas Tadeu Ferreira – MTb – 3032/DF

Contatos: 61 3448-4010 / Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.