MULHERES DA CAFEICULTURA NO CAMPO DAS VERTENTES - MG: POTENCIALIDADES E DESAFIOS

Luiza Andrade Zenith, Danielle Pereira Baliza, Helena Maria Ramos Alves, Roseani Borges Peixoto, Sérgio Parreiras Pereira, José Alves Junqueira Júnior, Josiane Cotrim Macieira

Resumo


Atualmente, destaca-se o papel das mulheres na cafeicultura brasileira, área tradicionalmente masculina, na qual as mulheres estão ganhando espaço e visibilidade como agrônomas, administradoras, proprietárias, trabalhadoras rurais, meeiras e arrendatárias, entre outras funções. Apesar dos avanços, a equidade de gênero ainda não prevalece, pois ainda existem diversas barreiras, como por exemplo a disparidade salarial e a ascensão feminina aos postos mais elevados na hierarquia. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo analisar o perfil das mulheres que estiveram presentes na fundação do subcapítulo Campo das Vertentes da Aliança Internacional das Mulheres do Café (ou em inglês International Women’s Coffee Alliance - IWCA). O evento ocorreu na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em junho de 2017. E, contou com a presença de cafeicultoras, pesquisadoras, estudantes, representantes de cooperativas, associações e também da indústria, ou seja, representantes de quase todos os segmentos do sistema agroindustrial do café. Em virtude da participação dessas mulheres em diversos setores da cafeicultura e das barreiras ainda existentes para alcançar a equidade de gênero, tornou-se necessário conhecer o perfil da mulher envolvida com a cultura cafeeira. Assim, foram aplicados 56 questionários durante a fundação do subcapítulo. Essas mulheres responderam ao questionário estruturado que foi composto por questões como: dados pessoais, atuação no sistema agroindustrial do café, relação trabalho/família, mulher na cafeicultura (realização profissional, visibilidade, desafios, dificuldades, entre outras). De acordo com os resultados obtidos observa-se que as mulheres participantes da fundação do subcapítulo da IWCA Campo das Vertentes são em sua maioria jovens com idade entre 18 a 35 anos (50,0%), apresentam alto nível de escolaridade (75,0% com ensino superior ou pós-graduação), se alto-intitularam brancas (71,2%), recebem entre 2 a mais de 10 salários mínimos por mês (66,0%) e cerca de 50,0% moram junto com os seus companheiros. Observa-se ainda que elas estão inseridas em diferentes segmentos do sistema agroindustrial do café no Brasil. No entanto, para a maioria das mulheres (85,0%) ainda há mais homens do que mulheres na sua área de atuação. E para 70,0% das respondentes os salários entre homens e mulheres não são iguais mesmo que elas desempenhem as mesmas atividades dos homens. As informações apresentadas visam provocar e auxiliar no planejamento de ações e políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dessas mulheres, principalmente no que se refere a diferença salarial existente entre homens e mulheres que desempenham a mesma função.

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