TÉCNICAS DE FERMENTAÇÃO AEROBICA NA MODIFICAÇÃO DO PERFIL SENSORIAL DE FRUTOS DE CAFÉ, COM DIFERENTES PROCESSAMENTOS

Joao Pedro Miranda Silvestre, Joana Caroline D’Arc de Oliveira, Giovani Belutti Voltolini, Ademilson de Oliveira Alecrim, Larissa Cocato da Silva

Resumo


O processamento pós colheita interfere de maneira impactante na qualidade do café, podendo reduzir os atributos sensoriais do café, assim como, modifica-los. Porém, uma técnica vem chamando muito atenção por parte do nicho de produção de cafés especiais, que é a fermentação induzida dos frutos de café. Naturalmente, já ocorre uma fermentação nos cafés secados de forma natural, ou seja, com a presença do exocarpo, entretanto, neste processo de fermentação induzida, o grau de fermentação é acelerado. Um dos grandes entraves desta técnica diz respeito a repetibilidade, pois o ambiente, assim como a microbiota de cada local interfere de maneira significativa no resultado do processo fermentativo. Visando a melhoria das características sensoriais de frutos de café, objetivou-se induzir fermentações desejáveis nos frutos de café por meio da adição de componentes exógenos, com diferentes técnicas de processamento. O experimento foi conduzido no ano de 2018, na Universidade Federal de Lavras – UFLA. Utilizou-se frutos oriundos de derriça plena, de cafeeiros da cultivar Mundo Novo IAC 379/19, com 70 % de frutos em estádio de maturação cereja. No dia da colheita, separou-se o café em 78 parcelas experimentais, com 10 litros cada. Os tratamentos utilizados foram: extrato da fruta de mexerica, extrato da fruta de mamão, extrato da fruta de abacaxi, extrato das folhas de eucalipto e adição de açúcar, ambos na concentração de 10% nos baldes com água, além de um tratamento somente com água, sem a adição de nenhum componente exógeno. Aliado a isto, também foram testados 2 tempos de fermentação, sendo 24 horas e 48 horas. Utilizou-se dois processamentos, com frutos naturais e com frutos descascados. Como tratamento adicional, testou-se os frutos não emergidos na água, ou seja, sem fermentação induzida, nos dois processamentos, ou seja, natural e descascado. Conforme o protocolo estabelecido, após o tempo de fermentação, as amostras seguiram para a etapa de secagem até a umidade de 11,5% para posterior análise sensorial, segundo protocolo SCAA. Os atributos sensoriais avaliados foram fragrância, acidez, corpo e nota final. De modo geral, os tratamentos com fermentação induzida com açúcar adicionado na água apresentaram melhor fragrância e corpo em comparação aos demais. Para o atributo acidez, o tratamento somente com agua, 24 horas de fermentação e processamento descascado foi superior aos demais. Sobretudo, esta combinação implicou também na maior nota final entre todos os tratamentos, sendo 85,33 pontos. Conclui-se que o tratamento sem a adição de extratos, com fermentação por 24 horas, com processamento via úmida descascado propiciou maior qualidade sensorial.

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