SELEÇÃO DE LINHAGENS DE CAFÉ BOURBON VISANDO O DESENVOLVIMENTO DE NOVAS CULTIVARES

Júlio César Mistro, Elaine Spindola Mantovani, Marcelo Jordão da Silva Filho, Luiz Carlos Fazuoli

Resumo


Até o início da década de 50 a cultivar de café arábica Bourbon era o material genético prevalecente no parque cafeeiro brasileiro, sendo substituída pelas cultivares Mundo Novo e posteriormente pelo Catuaí. Sua dormência comercial foi quebrada no final da última década, onde um novo nicho de consumo passou a priorizar cultivares que tenham um perfil sensorial diferenciado do tradicional. A `Bourbon´, detentora dessa característica, possui aspectos agronômicos inferiores que as atuais cultivares em uso, tais como produtividade, vigor, maturação, dimensões dos frutos, suscetibilidade a pragas e doenças, arquitetura vegetativa e um manejo diferenciado quando comparada as atuais cultivares. Há dois caminhos a serem trabalhados pelo melhoramento genético para disponibilizar novas cultivares de Bourbon: recombinações genéticas com cultivares que melhorem uma ou mais características e/ou retomar linhagens de Bourbons antigas para serem submetidas a novos ciclos seletivos. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar um conjunto de genótipos de café Bourbon oriundos de várias regiões do Brasil a fim de selecionar materiais promissores visando o lançamento de novas cultivares de Bourbon. Instalou-se em 2006 um experimento, em condição de sequeiro, em Franca (SP), em blocos ao acaso, contendo 28 genótipos, três repetições e dez plantas por parcela. Foram realizadas quatro colheitas e os dados obtidos foram analisados através dos modelos mistos. Constatou-se a existência de variabilidade genética para a prática da seleção genotípica bem como ganhos genéticos para a produtividade, sendo um maior ganho associado a um menor número de genótipos selecionados. Tanto a acurácia experimental como a genotípica apresentaram valores acima do mínimo exigidos em experimentos de melhoramento genético. Os genótipos 2, 25, 1, 7, 10, 11, 15, 14, 22, 9, 16 e 12 destacaram-se dentro os 27 genótipos de Bourbon, apresentando efeitos genotípicos positivos associados com um ganho genético de 7,4%. Tais genótipos deverão compor a próxima etapa do programa de melhoramento do IAC.


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