LINHAGENS DE BOURBON AMARELO PROMISSORAS PARA A PRODUÇÃO DE CAFÉS ESPECIAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO

Lucicléia Souza Romano, Gerson Silva Giomo

Resumo


A demanda por cafés especiais cresce mundialmente com taxas maiores que a de café commodity, o que levou o IAC a intensificar estudos de caracterização qualitativa de linhagens do cafeeiro Bourbon Amarelo, considerando que a constituição genética da cultivar é um dos principais fatores determinantes da qualidade do café, e que este genótipo se destaca em diversas regiões pela produção de cafés finos. O objetivo principal dessa pesquisa foi descrever o perfil sensorial e as características físicas predominantes nos grãos de linhagens de cafeeiro Bourbon Amarelo, visando à identificação de genótipos mais apropriados para a produção de cafés especiais na região do Vale da Grama-SP. Foram avaliados 15 genótipos de Coffea arabica L., sendo 14 representantes de Bourbon Amarelo e um de Mundo Novo Amarelo (IAC 4266) em um experimento conduzido em São Sebastião da Grama-SP, em delineamento de blocos casualizados com três repetições. Frutos maduros foram colhidos na safra 2016/2017, processados por via úmida (café descascado) e submetidos à secagem ao sol em terreiro suspenso até atingirem teor de água de 12% (b.u.). Os grãos foram classificados por tamanho e formato e a bebida foi avaliada pela expressão dos atributos sensoriais, conforme metodologia da Specialty Coffee Association (SCA). Dentre os principais resultados obtidos temos que: a) Os genótipos BA IAC-19.18.10, BA IAC-26.06, BA IAC-20.17, BA IAC-04.10 e M.N.A. 4266 se destacaram por apresentarem as maiores porcentagens de retenção de grãos graúdos; b) Os tratamentos BA IAC-15.16 e BA IAC-03.01 apresentaram a maior quantidade de grãos chatos médios; c) Não houve diferença significativa para o rendimento de grãos beneficiados; d) As notas obtidas na avaliação sensorial variaram entre 80,3 e 89,9 pontos da escala de classificação de café especiais da Specialty Coffee Association. Os resultados obtidos não são ainda conclusivos, porém nota-se que existem diferenças entre os respectivos tratamentos, tanto para tamanho e formato de grãos quanto para qualidade sensorial, indicando que pode existir variabilidade para qualidade intrínseca do café entre os tratamentos estudados.

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