ANÁLISE DA VARIABILIDADE GENÉTICA DO BANCO ATIVO DE GERMOPLASMA DE Coffea canephora DO INCAPER COM BASE EM CARACTERES FENOTÍPICOS

João Felipe Brites Senra, Rodolfo Ferreira de Mendonça, Matheus Wandermurem da Silva, Charlene Candida Rangel

Resumo


Este trabalho objetivou analisar a variabilidade genética de 50 acessos pertencentes ao banco ativo de germoplasma (BAG) de Coffea canephora do Incaper por meio dos métodos de agrupamento otimizado de Tocher Modificado e hierárquico UPGMA com base nas matrizes de distância estatística estimadas pela Distância Euclidiana Média Padronizada de características quantitativas referentes à arquitetura da planta e potencial de produção. A pesquisa ocorreu no BAG de Coffea canephora da Fazenda Experimental de Bananal do Norte (FEBN), pertencente ao Centro de Pesquisa Regional Sul do Incaper em Pacotuba, distrito do município de Cachoeiro de Itapemirim. O BAG encontra-se no segundo ano de plantio, num espaçamento de três metros entre linhas e um metro e meio entre plantas com 500 acessos e três plantas cada e é circundado por uma linha de bordadura com genótipos diversos. Foram avaliados 50 acessos sendo que cinco destes são clones que compõem variedades utilizadas pelos produtores capixabas, sendo esses: acesso 1, clone 405 da variedade Marilândia (ES8143); acessos 2 e 3, clones 102 e 108, respectivamente, da variedade Diamante (ES8112); acessos 4 e 5, clones 3 e 12, respectivamente, da variedade Vitória (ES8142). Foram mensuradas 30 caraterísticas para descrever a arquitetura da planta e 10 para descrever o potencial de produção dos acessos. Com estes dados foram estimadas duas distâncias estatísticas utilizando a metodologia da Distância Euclidiana Média Padronizada (DEMP), gerando duas matrizes de distâncias. Com base nestas matrizes os acessos foram agrupados pelo método de otimização de Tocher Modificado e o método hierárquico UPGMA (Unweighted Pair-Group Method Using Arithmetic Averages). Todas as análises estatísticas descritas foram realizadas no aplicativo computacional GENES. A matriz de distâncias para arquitetura das plantas estimou que o maior valor foi entre os acessos nove e dez (0.524), e os acessos mais próximos são 20 e 46 (0.127). A matriz de distâncias para potencial de produção estimou que a maior distância foi entre os acessos dez e 29 (0.578) e as menores entre os acessos 32 e 43 (0.069). Os resultados dos agrupamentos de Tocher para as matrizes referentes à arquitetura da planta e potencial de produção formaram cinco grupos. Os dendrogramas dos agrupamentos UPGMA foram submetidos a um corte a 70% do nível de fusão dos grupos. Para arquitetura da planta foram formados 11 grupos nos quais os acessos nove, 25 e 45 formam grupos isolados e o acesso dez agrupou com o acesso 12 e o acesso três. Para potencial de produção foram formados seis grupos, sendo que quatro são grupos isolados compostos por apenas um indivíduo, os acessos um, dez, 16 e 27. Os acessos dois, três, quatro e cinco agruparam com os demais. Para as características potencial produtivo o acesso dez caracteriza-se como um dos mais divergentes, seguido do 16. Conclui-se que existe variabilidade genética no BAG do Incaper com acessos passíveis de seleção para os próximos programas de melhoramento da instituição; os acessos dez e 12 apresentam proximidade fenotípica ao três, o clone 108 da variedade Diamante; os acessos dez e 16 apresentam divergência genética com os demais, destacando-se como fortes candidatos ao processo de seleção; os acessos dez e 16 podem ser utilizados no futuro para cruzamentos controlados com os acessos um a cinco para maximizar a heterose e ampliar a base genética; o método UPGMA apresentou um potencial de discriminação dos acessos maior do que Tocher modificado, mas ambos são necessários para uma melhor compreensão da variabilidade genética.

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