Receita gerada com as exportações dos cafés brasileiros, de julho de 2023 a maio de 2024, atingiu US$ 13,69 bilhões e representa a maior receita obtida no período
O volume físico exportado dos Cafés do Brasil, no atual ano-cafeeiro de 2024-2025, especificamente no total acumulado de julho de 2024 a maio 2025, atingiu a soma correspondente a 42,96 milhões de sacas de 60kg, volume que representa uma ligeira queda de 2% na comparação com o mesmo período do ano-cafeeiro anterior, o qual registra o maior volume já exportado em onze meses, quando o Brasil embarcou 43,7 milhões de sacas.
A receita cambial gerada com as vendas, entre julho 2024 e maio de 2025, cujo valor médio da saca foi de US$ 318,64, já é o maior valor obtido na história em um único ano-safra ao totalizar US$ 13,69 bilhões, superando o antigo recorde de US$ 9,82 bilhões ocorrido em 2023-2024. Vale ressaltar que a receita cambial do mês de junho de 2025 ainda será acrescentada a esse valor, o que faz com que a performance financeira das exportações no ano-cafeeiro de 2024-2025 seja ainda mais significativa, superando US$ 14 bilhões.
Do total do volume exportado nos últimos 11 meses, de 42,96 milhões de sacas de 60kg, vale destacar que a exportação de café da espécie arábica (Coffea arabica) foi responsável por 76,74% desse volume, ao atingir 32,97 milhões de sacas. E da espécie Coffea canephora (café conilon e robusta), com 6,1 milhões sacas, alcançou 14,19% de participação dessas vendas, enquanto o café solúvel representou 8,93% do total, com um volume equivalente a 3,84 milhões de sacas exportadas. Fechando as exportações brasileiras no período, o café Torrado & Moído, com o equivalente a 51,06 mil sacas, foi responsável por aproximadamente 0,1% do total.
Também merece ser analisado o desempenho das exportações brasileiras, considerando apenas o mês de maio de 2025. Tal volume exportado, de 2,93 milhões de sacas de 60kg, representa uma queda significativa de 33,3% em relação a maio de 2024, quando o Brasil vendeu 4,44 milhões de sacas, maior valor já registrado em um mês de maio. A despeito da queda no volume exportado, as vendas, do referido mês em análise, geraram US$ 1,24 bilhão em receita, que configura um aumento de 21,1% em relação a maio do ano passado, e caracteriza o ano de 2025 como a maior receita cambial registrada em um mês de maio com exportação dos Cafés do Brasil.
Antes de prosseguir com esta análise da performance das exportações dos Cafés do Brasil, vale ressaltar que os dados objeto desta análise em foco, entre vários outros do mercado internacional do café de interesse do setor, encontram-se disponíveis no Relatório mensal maio 2025, do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil – Cecafé cujas edições também estão divulgadas na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. O Cecafé faz parte do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC, do Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa, consoante o Decreto 10.071/19.
Mudando o período de análise para o atual ano civil, de janeiro a maio de 2025, cujo volume das exportações de café equivaleram a 16,79 milhões de sacas de 60kg, com US$ 6,82 bilhões de receita cambial, vale destacar, conforme os dados divulgados pelo Cecafé, no relatório em destaque, os dez principais destinos das exportações dos Cafés do Brasil, num ranking em ordem decrescente.
Assim, na primeira colocação, figuram os Estados Unidos, que mesmo apresentando uma redução de 17,39% nas compras dos Cafés do Brasil, na comparação com o mesmo período anterior, continuam como o principal importador com 2,87 milhões de sacas, que correspondem a 17,1% do total vendido no período. Na sequência, a Alemanha, com 2,11 milhões de sacas (12,6%), número que representou uma queda de 28,7% das importações desse país. A Itália, que também apresentou redução nas aquisições, de 17,52% em comparação com o ano passado, ocupa o terceiro lugar ao importar 1,37 milhão de sacas (8,2%); Japão, na sequência, com 1,09 milhão de sacas (6,5%), após um aumento de 10,6% nas compras dos cafés brasileiros. Em quinto lugar, a Bélgica com 809,9 mil sacas (4,8%), país que também apresentou queda nas compras, com uma expressiva redução de 61,67%.
Na sexta posição, destaca-se a Turquia com 670 mil sacas (4%); os Países Baixos, após queda de 11,33% encontra-se na sétima colocação no ranking, com 605,4 mil sacas compradas (3,6%); Rússia, que após um aumento de 48,41%, está na oitava posição, com a compra de 564,3 mil sacas (3,3%). E, na nona colocação, a Espanha com 550,9 mil sacas (3,28%), redução de 15,5%; por fim, em décimo lugar, após um incremento de 9,83%, a Coréia do Sul retorna ao ranking dos dez maiores importadores dos Cafés do Brasil, com 481,2 mil sacas (2,8%).
Merece também destaque, com base nos dados do Cecafé, que o desempenho das exportações dos cafés diferenciados, que são os que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis, também durante o atual ano civil – janeiro a maio de 2025, verifica-se que as exportações desse tipo de café representaram 22% do total das vendas, com 3,7 milhões de sacas de 60kg remetidas ao exterior, volume 7,2% menor do que as 3,99 milhões de sacas exportadas de janeiro a maio de 2024.
Visite o site do Observatório do Café para ler na íntegra o Relatório mensal maio 2025, do Cecafé, pelo link:
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Texto: Thiago Farah Cavaton – MTb 12941/DF e Lucas Tadeu Ferreira – MTb 3032/DF