Espécie de Coffea arabica representa 64% da produção total e da espécie de Coffea canephora 36%
A safra dos Cafés do Brasil estimada para ano cafeeiro 2025, incluindo o somatório da produção das espécies de Coffea arabica (café arábica) e de Coffea canephora (café robusta+conilon), totalizará o volume físico equivalente a 55,20 milhões de sacas de 60kg. Desse total, 35,15 milhões de sacas, que correspondem a 64% da produção nacional, são de cafés da espécie de C. arabica, e, adicionalmente, 20,05 milhões de sacas da espécie de C. canephora, que equivalem a aproximadamente 36% da safra total.
Merece destacar o fato de que o volume físico total desta safra representará um ligeiro crescimento de 1,8% em relação à de 2024, que foi de 54,21 milhões de sacas, incluindo obviamente as duas espécies. Assim, constata-se que o total colhido anteriormente de C. arabica foi de 39,59 milhões de sacas (73%), e, em relação à espécie de C. canephora, cuja colheita foi de 14,61 milhões de sacas de 60kg, esse volume correspondeu a aproximadamente 27% do total do ano cafeeiro 2024.
Com base nesses dados, em comparação com a produção de 2025, observa-se que a espécie C. arabica é cultivada em uma área de 1,48 milhão de hectares, resultando em uma produtividade média de 23,7 sacas por hectare. Isso representa uma redução de 11,2% em relação à produção da safra de 2024. Essa diminuição pode ser explicada pelo fato de que, neste ano, o C. arabica está em seu ciclo de bienalidade negativa, uma condição fisiológica que possibilita à lavoura produzir uma carga maior em um ano e, em contrapartida, no ano seguinte, a produção tende a ser menor.
Em relação ao C. canephora, espécie cultivada em 2025 em uma área significativamente menor de 372,9 mil hectares, a produtividade média alcançou 53,8 sacas por hectare, um aumento expressivo de 37% em relação à produtividade de 2024. Dessa forma, observa-se um crescimento na produção de aproximadamente 37,2% em comparação com a safra de 2024. Esse aumento foi resultado direto de intercorrências climáticas adversas verificadas no ano passado, cujos episódios registraram ondas de calor intensas que afetaram o potencial produtivo, como escaldadura foliar, abortamento floral, rosetas banguelas ou chumbinhos diminutos, numa fase fenológica importante para o rendimento dos grãos, prejudicando a produtividade da lavoura cafeeira de C. canephora.
Caso seja estabelecido um comparativo, em ordem decrescente, dos sete maiores estados produtores de C. arabica, neste ano cafeeiro de 2025, constata-se que Minas Gerais se desponta na primeira colocação, com produção de 24,70 milhões de sacas de 60kg, a qual equivale a aproximadamente 70,3% da produção nacional dessa espécie. E que, na segunda posição, figura o estado de São Paulo, com 4,74 milhões de sacas (13,5%), seguido do Espírito Santo, com 3,26 milhões de sacas, que representam em torno de 9,3% dessa mesma base comparativa.
Em complemento, na quarta posição está a Bahia, com 1,14 milhão de sacas (3,2%), a qual vem seguida do Paraná, em quinto, com 741,8 mil sacas (2,1%). E o Rio de Janeiro, na sexta colocação, que teve sua safra de café dessa espécie em 2025 estimada em 307,2 mil sacas, e, por fim, o estado de Goiás, na sétima colocação, cuja produção foi calculada em 214,1 mil sacas, o que demonstra que ambos estados atingiram menos de 1% do total nacional produzido com a espécie de C. arabica.
Expandindo essa mesma análise comparativa em relação aos seis maiores estados produtores, em nível nacional, do café da espécie de Coffea canephora, verifica-se a seguinte performance. Na primeira colocação, destaca-se o estado do Espírito Santo com produção equivalente a 13,81 milhões de sacas de 60kg, volume que equivale a 68,9% da safra nacional estimada para essa espécie. E na segunda posição vem o estado da Bahia, com 2,95 milhões de sacas, que representam 14,7% do total.
Complementando esse ranking, contata-se que o estado de Rondônia, com a produção de 2,31 milhões de sacas (11,5%), figura em terceiro lugar; sendo seguido por Minas Gerais, na quarta colocação, com 580,3 mil sacas produzidas dessa espécie (2,9%). Na quinta posição, o estado de Mato Grosso, com 278,7 milhões de sacas (1,4%); e, na sexta e última colocação, o estado do Amazonas, com pequena produção de apenas 35,3 mil sacas de 60kg, que representam menos de 1% da mesma base comparativa que está sendo objeto desta análise e divulgação.
Concluindo, vale esclarecer que os dados e números que permitiram realizar esta análise do setor cafeeiro em foco foram obtidos do Terceiro Levantamento da Safra de Café de 2025, da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, o qual está disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, rede integrada de pesquisa e inovação que é coordenada pela Embrapa Café.
Recomendamos que acessem o site do Observatório do Café para ler na íntegra o 3° Levantamento da Safra de Café de 2025, da Conab, pelo link:
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Confira as ANÁLISES (Análises e notícias da cafeicultura) divulgadas pelo Observatório do Café no link abaixo:
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Texto: Thiago Cavaton – MTb 12941/DF e Lucas Tadeu Ferreira – MTb 3032/DF