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Estiagem exige cuidados com lavoura de café

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Coordenador das pesquisas de café do Iapar recomenda o uso da matéria orgânica para fertilidade do solo.

campo_site_pA falta de chuva que atinge o norte do Paraná, principal área produtora de café do estado, requer do agricultor um cuidado maior com a lavoura e um deles é com a fertilidade do solo. É o que explica o pesquisador Marcos Pavan, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), uma das instituições fundadoras do Consórcio Pesquisa Café.

Pavan diz que a baixa umidade do ar, aliada à alta temperatura durante o dia e baixa a noite, sem um trabalho adequado de manejo, podem prejudicar muito a produção e a qualidade do grão. Por essa razão “o agricultor deve lançar mão de práticas como plantas de cobertura para minimizar os efeitos danosos das variações do clima porque elas vão assegurar nutrientes para o bom desenvolvimento do cafeeiro e do fruto”.

Matéria orgânica é suporte - A primeira recomendação do pesquisador é que a fertilidade do solo tenha domínio de matéria orgânica, principal responsável pela sustentabilidade do sistema, já que poupa os recursos naturais, das plantas e do planeta, inclusive contribuindo para a retenção de carbono. Pavan faz um alerta: “Não é agricultura orgânica, é química orgânica do solo. O produtor pode continuar adubando quimicamente, mas a ideia é transformar os minerais em orgânicos”, explica.

O pesquisador ressalta que esse processo se dá por meio do manejo da matéria orgânica, principalmente com o uso de práticas como o café adensado, plantas de cobertura e roçagem do mato. “Não é levar esterco ao pé de café”, brinca o Pavan.

Essas técnicas, ainda de acordo com o pesquisador, vão propiciar a manutenção de nutrientes no solo. Um deles é o potássio que interfere diretamente na qualidade da bebida por causa da síntese do açúcar. “Quando a adubação mineral é dominante, acontece uma perda maior de potássio devido à facilidade de formar íons acompanhantes com outros minerais, o que ocorre geralmente no processo de lixiviação”, explica tecnicamente o pesquisador. Em poucas palavras, ele afirma que a chuva acaba lavando o potássio quando o agricultor não se utiliza da adubação orgânica na propriedade.

Pavan lembra que no Brasil 80% da fertilidade do solo vem da matéria orgânica, ao contrário de outros países, como Estados Unidos e Japão, nos quais a argila tem esse papel. Ele reforça a necessidade do agricultor manter os elementos no ciclo biológico para ter um solo mais fértil. “Aquela mentalidade de que lavoura boa é aquela em que o solo está “limpinho” já não é a mais adequada”, salienta Pavan.

 

Iapar
Lucas Araújo (MTb 4037)
E-mail: lucasaraujo@iapar
Tel: (43) 3376-2129