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A força das mulheres no Consórcio Pesquisa Café

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Mais do que de projetos e instituições é feito o Consórcio Pesquisa Café. Antes disso, o Consórcio é feito por pessoas, profissionais que atuam em laboratórios, no campo ou em atividades administrativas. Num universo ainda predominantemente masculino como o da pesquisa científica, mais de 60 mulheres, entre pesquisadoras e secretárias administrativas, participam do Consórcio, trabalhando pelo seu bom funcionamento e pelo desenvolvimento da pesquisa cafeeira no país.

No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, mostramos exemplos de profissionais competentes que, nesta matéria, serão as personagens principais dessa história de 15 anos. Através delas, queremos homenagear a todas as mulheres que fazem o Consórcio Pesquisa Café.

O Consórcio desenvolve hoje 74 projetos de pesquisa e 354 Planos de Ação. Muitos têm mulheres como coordenadoras e outros são integrados só por pesquisadoras, destacando o potencial das mulheres na pesquisa, como Sara Chalfoun, Eunize Zambolim, Maria Brígida dos Santos Scholz e Maria Amélia Gava Ferrão, pesquisadoras do arranjo.

0000001400-Brgida_Scholz_do_Iapar-pBrígida, que atua no Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), iniciou na pesquisa cafeeira junto com o Consórcio, em 1997. Com doutorado em Tecnologia de Alimentos, pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), ela desenvolve pesquisas na área de composição química e sensorial do café. Para Brígida, a pesquisa com café é um mundo de oportunidades, “sempre há um desafio a enfrentar, algo a descobrir que me leva adiante”. O Consórcio é uma dessas oportunidades, possibilitando a produção de publicações e parceria internacionais, entre outras coisas. “Meu crescimento profissional veio com o Consórcio. Depois de tanta batalha para conquistar espaço em meio a um universo ainda muito masculino, espero que esse financiamento continue ajudando não só as pesquisadoras, mas a cafeicultura nacional”.


0000001400-Eunize_Zambolim_da_UFV-pEm Viçosa (MG), o Consórcio conta com a pesquisadora Eunize Zambolim, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), que desempenhou dois papéis ao longo da vida profissional, o de engenheira agrônoma e de mãe. Hoje, tudo está mais tranquilo com as filhas crescidas, mas houve épocas que Eunize precisou abdicar um pouco do trabalho para exercer o segundo papel. São mais de cinco anos de pesquisa cafeeira no Consórcio, onde já coordenou projetos de pesquisa e participou de vários Planos de Ação. Mesmo com o crescimento e o reconhecimento do valor do trabalho feminino nas pesquisas em café, dificuldades que ainda afetam as mulheres no mundo profissional apareceram em alguma parte do caminho. “Nasci em Colatina (ES) e não fiz Medicina porque tinha que ir estudar na capital e meu pai não deixou. No curso de Agronomia eram quatro mulheres entre mais de 100 homens, me sentia uma estranha no ninho”.

Eunize trabalha com conhecimento de ponta, como melhoramento genético, biotecnologia e fitopatologia, promovendo uma investigação sobre a expressão de genes em plantas e no fungo causador da ferrugem. Na pesquisa cafeeira, ela percebe as mulheres como minoria. “Ainda sinto certa resistência para a mulher na Ciência, mas no Consórcio nunca houve espaço para discriminação, os recursos são distribuídos por mérito e têm contribuído com nossas pesquisas”, diz.

0000001401-Sara_Chalfoun_da_Epamig_crdito-Erasmo_Pereira-ppDoutora pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), especialista no estudo da ferrugem, a engenheira agrônoma Sara Chalfoun conta que antes de entrar no Consórcio, já fazia pesquisas na Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), desde 1973. “Devido ao meu perfil profissional e minhas pesquisas,  fui convidada para participar do Consórcio em 1997, desde então desenvolvo meus estudos no arranjo”. Sobre a participação de mulheres no Consórcio, ela diz que nunca houve preconceitos ou guerra de gêneros, pois o que sempre prevaleceu foi a competência. “Aqui o ambiente é igualitário, estamos com o objetivo de somar idéias, pesquisas, experiências”, ressalta.

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A pesquisadora da Embrapa Café, Maria Amélia Gava Ferrão, doutora em Genética e Melhoramento pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), atua na área de melhoramento do cafeeiro, desenvolvimento de cultivares e marcadores de DNA. “O meu trabalho é fruto do esforço de uma equipe de homens e mulheres, tanto da Embrapa como do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Ao longo desses anos de parceria, no âmbito do Consórcio, desenvolvemos cultivares e populações, realizamos cruzamentos, fizemos recomendações e, inclusive, difusão de tecnologias”.

Sobre o papel da mulher na pesquisa, Maria Amélia acredita que homens e mulheres têm a mesma importância, mas se complementam em algumas diferenças básicas. “Geralmente as mulheres são mais sensíveis para conduzir trabalhos em equipe, discussões ou propor um trabalho. O crescimento da inserção feminina ocorre em praticamente todas as profissões e não é diferente no ramo da pesquisa em café. Afinal, a nossa participação no mercado de trabalho foi uma necessidade para dar condições melhores de vida à nossa família”.

Se por um lado as pesquisadoras conquistam espaço desenvolvendo pesquisas inovadoras no Consórcio, por outro, há um grupo de mulheres sem o qual essas pesquisas não aconteceriam. Em papéis administrativos, de assistência à pesquisa ou mesmo no diálogo político com o Governo, as representantes femininas também dão exemplo de competência dentro do Consórcio, Eliana Pires, Selma Maria Hypolito e Cláudia Marinelli, estão entre elas.

0000001400-Eliana_Pires_da_Epamig-ppEliana Pires, administradora formada pelo Centro Universitário Newton Paiva (MG), trabalha há 28 anos na Epamig, sendo 14 deles dedicados ao Consórcio, na gerência do Departamento de Contabilidade e Finanças. “No começo do arranjo, quem cuidava dessa área era a Secretaria de Agricultura, quando aumentou o número de recursos e trabalho, em 1998, surgiu a possibilidade de uma coordenação mais específica”, explica. Entre suas atribuições, estão prestação de contas e recursos financeiros na área de pesquisa, controle dos trabalhos nos campos de administração geral, entre outras.


0000001401-Selma_Hypolito_do_Iapar-ppDesde que começou o Consórcio Pesquisa Café, tendo o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) como consorciada, Selma Hypolito esteve presente. São 15 anos dedicados à área de Fitotecnia. Formada em Gestão Pública pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Selma fala de como é gratificante trabalhar no Consórcio e que, apesar do volume de trabalho, os resultados são positivos. “Há muito trabalho por aqui, principalmente para organizar simpósios, mas sempre com resultados positivos e eficazes”, comenta.


A coordenadora de planejamento estratégico do Departamento do Café (Dcaf/Mapa), Cláudia Marinelli, apesar de não integrar o quadro de empregados do Consórcio, é uma verdadeira parceira da iniciativa. Junto com diretor do Dcaf, Edilson Alcântara, ela participa de reuniões com as instituições do café, acompanha outros assuntos como as pautas da Organização Internacional do Café (OIC), plano plurianual, marketing e assuntos relacionados a orçamento e finanças, como o Fundo de Defesa Cafeeira (Funcafé) no Ministério da Agricultura, de onde são repassados recursos para o Consórcio. Cláudia confirma sua relação de parceria com o arranjo desde 2007 e o acompanhamento que costuma fazer das ações. Tudo isso fundamental para que o Consórcio continue cumprindo seus objetivos de pesquisa.

Parabéns a todas as mulheres que integram o Consórcio Pesquisa Café, exemplos de dedicação, esforço e competência e, porque não dizer, amor ao trabalho que desempenham.

Embrapa Café

Cristiane Vasconcelos (Mtb 1639/CE)
Higor Souza e Silva (Mtb 9684/DF) - bolsista do Consórcio Pesquisa Café
Flávia Bessa (Mtb 4469/DF)
Telefone: (61) 3448-4566